A nova música, o novo conceito, a nova roupa com velhas fibras, o inusitado pisante, enfim, o novo, o instigante e o clássico que também era novidade, o que nos cercava nos cercava e nos estimulava. Daí uma grande vontade de produzir se fez presente, o "do it yourself", na sua plenitude. Então, tudo aquilo que nos movia, nos dava vontade de tomar partido e dar "pitaco".
À época, as novas tecnologias digitais não eram tão populares e o acesso bem restrito. O underground era "under" mesmo. Ser independente exigia muito esforço, seja qual for a vertente cultural seguida, hoje dá uma sensação de que era mais prazeiroso, pois, quando se via o resultado vinha junto a satisfação do esforço e do trabalho realizado.
Mesmo sem tecnologia a coisa funcionava e bem. Uma grande rede de intusiastas fazia a coisa acontecer. Fitas e cd's demos, gravar uma fita já era caro um cd então? Era um luxo e uma luta, a tradicional mesa ou stand com material independente nos espaço de shows angariava fundos para quem os produzia, fundos esses apenas para custear as despesas. Não podemos esquecer também dos flyers.
E num dos fios dessa rede estava o veículo que cuidava da divulgação, da informação e da parte jornalistica; com muita criatividade, poucos recursos, muito xerox e vontade o FANZINE.
Publicação independente (prometo falar mais empiricamente sobre fanzines em postagens futuras) com assuntos diversos e em formatos diversos. Nos primeiros rolês de verdade na noite da capital mineira começamos a ser alvejados e seduzidos por tudo isto e portanto resolvemos dar nossa parcela de contribuição. Assim, numa tarde quente de idéias (nem todas eram quentes mas em todas as idéias esguichavam) decidimos editar o "Diário Alternativo", que teria a missão de ser mais um reporter da cena independente belorizontina. Foi então o nosso primeiro contato com mídias independentes.
Trabalhamos juntos, assistimos a shows, entrevistamos bandas, liamos o que podiamos, participavamos de feiras e faziamos contato com fanzineiros e bandas de outras cidades e estados.
A medida que o tempo ia passando os rumos foram mudando, tudo certo, tudo normal. Mais dois números do "diário", só que dessa vez sozinho. Mas a vontade de escrever nunca passou.
Alguns anos depois, numa proposta mais engajada, surgiu a idéia de um fanzine que falasse da cultura do bairro.
Na vivência descubrimos que tinhamos um consideravél contingente cultural, mas que jazia calado, porque talvez não sabiamos gritar para o lado certo. Conversa vai conversa vem... "Porque não um jornal, porque não um fanzine?" Boa, tava decidido.
Reuniões, conversas e tal, as coisas foram engatinhando, lentamente até o lançamento do primeiro número. É... só ficou nesse, mas a idéia não.
Por isso que eu to falando esse tanto agora. No intuito de continuar o foi feito no primeiro e único "O LOSNA", veio a idéia de reunir as mesmas propostas, as mesmas (e novas) pessoas, nessa tela que hoje podemos usar com dinamismo assustador, com muito mais possibilidades que antes.
Então se segura...
MÚSICALITERATURAFOTOGRAFIACINEMATEATROARTESPLÁSTICASHISTÓRIAJORNALISMOHUMOR
é mais ou menos isso que o visitante vai encontrar no novo "O Losna".
Entre sem bater, opine,leia, observe, assista, participe.
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